As disfunções sexuais (DS) masculinas são divididas em alterações do desejo (libido), disfunções ejaculatórias (ejaculação rápida; ejaculação retardada; anejaculação ou ejaculação retrógrada), alteração do orgasmo (anorgasmia) e a disfunção erétil (DE).

Existe uma extensa relação entre os sistemas nervoso, cardiovascular, hormonal, fatores psicológicos e locais penianos que mantém a função sexual normal. Essa rede de relações entre os sistemas, pode sofrer influências de muitos fatores, entre eles, os medicamentos.

Quais medicamentos alteram a função sexual?

De uma forma geral temos:

– Antihipertensivos

– Psicoterápicos

– Antiandrogênicos

Antihipertensivos

A importância da Hipertensão Arterial Sistêmica e seus tratamentos em relação à DE é bem conhecida. Estudos mostraram que a incidência de DE na população em geral é de 9,6 % e que nos hipertensos essa taxa é de 15%, que a incidência de DE grave é maior nos hipertensos (45%) quando comparados a população em geral e que a HAS era a doença mais prevalente e mais da metade usava uma ou mais drogas prescritas para tratamento. Dentre as medicações com efeitos negativos sobre a função sexual, temos:

Diuréticos

Thiazidícos

Spironolactona

Beta-bloqueadores

Anti-adrenérgicos de ação central

Diferente dos outros medicamentos, os Alfa-bloqueadores são drogas sem ação deletéria aos mecanismos da ereção, sendo até benéficas. Os alfa-bloqueadores tem interferência no mecanismo ejaculatório e seu uso pode acarretar ejaculação retrógrada.

Psicoterápicos

A esquizofrenia e depressão são causas conhecidas de disfunção sexual que pode ocorrer como sintoma primário da doença ou ser causada pela medicação usada no tratamento. De uma forma geral os distúrbios e medicamentos que alteram e interagem com os neurotransmissores irão afetar a função dos mesmos no sistema nervoso central e alterar o complexo sistema que comanda a função sexual.

A prevalência de disfunções sexuais em pacientes com esquizofrenia é de até 60%, acima da população em geral e os efeitos do tratamento medicamentoso são contraditórios, uma vez que o desejo sexual aumenta com o tratamento, porém aumentam também as queixas de DE , alterações da ejaculação e insatisfação com o ato sexual. São exemplos de medicação para tratar disfunções psiquiátricas:

Anti-psicóticos

Antidepressivos

Antiandrogênicos

Os antiandrogênicos são utilizados no tratamento de hiperplasia prostática benigna (aumento benigno da próstata), em pequenas doses na queda de cabelo e no câncer de próstata avançado. De forma geral a medicação age por bloqueio da ação da testosterona nos tecidos ou na diminuição de sua produção nos testículos. O antiandrogênico de menor efeito sofre a função sexual é a finasterida usada no tratamento de HPB e alopecia em homens.

Antes de descontinuar o uso de qualquer medicação procure seu médico e converse sobre alternativas para substituição.