Doença de Peyronie
A Doença de Peyronie é caracterizada por ereções dolorosas, presença de nódulos de calcificação no pênis e que evolui causando curvatura significativa do pênis durante a ereção. É uma doença que atinge até 16% dos homens entre 40 e 70 anos, sendo descrita pela primeira vez em 1743, por François Gigot de La Peyronie. Uma ereção curva não é necessariamente motivo de preocupação. Contudo na Doença de Peyronie a curvatura além de ser exagerada é acompanhada de dor no pênis, dor ou dificuldade de penetração durante a relação sexual, disfunção erétil e disfunção sexual. A Doença de Peyrone é uma doença que pode se agravar com o passar do tempo, por isso quanto mais rápido o diagnóstico e tratamento, melhor para o paciente.
Sintomas da Doença de Peyronie
A Doença de Peyronie apresenta os seguintes sintomas, segundo a fase em que se encontra: Fase aguda com duração de seis a 18 meses:
- Dor na ereção
- Nódulos no pênis
- Curvatura na ereção
Fase crônica:
- Ausência de dor
- Estabilização do tamanho da placa
- Curvatura peniana
- Disfunção erétil
Causas
A Doença de Peyronie é adquirida, caracterizada por uma degeneração estrutural e multifocal da camada que envolve os corpos cavernosos do pênis (fibrose da túnica albugínea) formando placas de calcificação que limitam a expansão do lado acometido do pênis, causando a curvatura durante a ereção. A origem dessa degeneração é desconhecida até hoje; a teoria mais aceita até hoje está relacionada a traumas repetidos no pênis durante a relação sexual, causando delaminação da túnica albugínea e posterior cicatrização com desarranjo na quantidade e tipo do colágeno, levando a fibrose e calcificação.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico baseado na história de dor durante a ereção, presença de placas de calcificação no exame do pênis e curvatura peniana durante a ereção. A ultrassonografia do pênis pode confirmar a existência e caracterizar a placa de fibrose. O teste da fármaco ereção, realizado em consultório também documenta e mostra ao médico o tamanho da curvatura, podendo ajudar no acompanhamento do tratamento. A utilização de fotografias com ereção natural também pode ser usada para a caracterização da curvatura.
Tratamento
O tratamento da fase aguda é conservador e clínico por no mínimo 12 meses, uma vez que em aproximadamente 13% dos casos existe uma involução completa das alterações; 47% dos pacientes tem estabilização do quadro sem necessidade de correção e 40% enfrenta progressão da doença com prejuízo da função sexual normal ou insatisfação nas relações sexuais. O tratamento pode ser clínico (via oral ou local, aplicado na placa de fibrose do pênis) ou cirúrgico. O tratamento via oral, nas suas diversas formas, apresenta resultados muito variados e faltam estudos adequados para conclusões definitivas. O tratamento no local não tem sido mais utilizado.
- Tratamento Clínico via oral
- Vitamina E
- Colchicina
- Tratamento local
- Verapamil
- Interferon
- Tratamento cirúrgico com correção da curvatura
- Cirurgias de plicatura, excisão (Nesbit) ou plástica (Yachia) que atuam no lado sem a placa, encurtando-o. É uma técnica simples, mas contra indicada nas curvaturas complexas.
- Cirurgia de alongamento do lado que tem a placa: atuam sobre a placa retirando ou cortando-a e substituindo a falha na albugínea por tecido natural ou sintético. É uma técnica de maior dificuldade e indicada em curvaturas complexas.
- Implante de prótese peniana: Indicada nos casos em que há disfunção erétil.